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A virada

Abri mão de uma carreira técnica promissora para recomeçar na área de Recursos Humanos da própria empresa na qual trabalhava.

Era um técnico em eletrônica quando entrei na área da Refusão, em 1987, como assistente de Manutenção Elétrica. Na época, minha intenção era construir uma carreira técnica. Pouco tempo depois, tornei-me coordenador da mesma área, mas minha visão começou a mudar. Por volta dos 35 anos de idade, embora satisfeito com meu trabalho e muito reconhecido pela organização, comecei a rever o meu futuro profissional e descobri que gostaria de atuar no desenvolvimento de pessoas.

Convicto do meu novo objetivo, ele segui em frente – mesmo não sendo compreendido inicialmente por boa parte dos colegas, amigos e familiares - pois era visto como um bom profissional em meu ramo de atuação. No entanto, tão logo compreenderam a genuinidade dos meus objetivos, todos me apoiaram.


O meu primeiro passo foi a matrícula no curso de Direito, dentro da meta de ter uma formação compatível com meu objetivo. Três anos se passaram quando surgiu a oportunidade na área de Recursos Humanos. Eu estava envolvido no projeto de expansão da fábrica e tinha grandes chances de crescer na carreira técnica, mas não desisti do sonho e aceitei a proposta da mudança. Foram mais de seis meses de negociação com o gerente de RH da empresa. As conversas visavam, por um lado, aferir minha convicção, e, por outro, desenhar a transição.

Assim, antes mesmo de completar o curso de Direito, fui transferido para a área de RH como assessor de treinamento. Tenho certeza de que fiz a coisa certa. Por meio da minha profissão, estou realizando boa parte da missão da minha vida que, segundo compreendo, é usar das habilidades e competências que construí ao longo da vida para influenciar positivamente na biografia de outras pessoas. Por isso, penso muito, durante a elaboração dos processos de treinamento e desenvolvimento, no quanto os resultados daquele trabalho poderão melhorar o negócio da empresa e propiciar o crescimento das pessoas neles envolvidas.

Além do mais, sinto-me rejuvenescido, pois, quando deveria preparar-me para consolidar uma carreira e já começar a pensar em aposentadoria, eu comecei outra, totalmente nova, cheia de desafios e constante aprendizado. E, claro, tudo isso aconteceu graças à presença de Deus em primeiro lugar, ao apoio da família, dos amigos e dos gestores da empresa.

Hoje, com os cursos de Direito e MBA em Gerência de Recursos Humanos concluídos, além da cursos em renomadas entidades, atuo como gerente corporativo de treinamento e desenvolvimento da empresa para América do Sul e sinto-me preparado para encarar novos desafios.

O extrato a mudança


Isso não é uma receita de mudança, de jeito nenhum. É apenas o extrato da minha experiência, que pode, no máximo, inspirar alguém que queira dar uma virada na carreira.

Quais foram os ingredientes do meu processo de mudança?

  • Um sonho
  • Genuíno interesse
  • Coragem
  • Um plano
  • Apoio da família
  • Execução
E se tivesse que escolher 10 atitudes que concorreram para o meu sucesso, eu diria:

  1. Estar atento aos sinais.
    Algo inesperado como um encontro, um livro, a participação em um evento ou projeto podem ser sinais importantes de uma necessidade ou oportunidade de mudança. No meu caso aconteceu tudo isso.
  2. Ter um sonho, criar uma visão.
    Perguntas do tipo: como quero me ver daqui a 5 ou 10 anos? Fazendo o que? Onde? Com quem? Por que? Para que?
  3. Fazer um inventário do que já possuo.
    Formação acadêmica, experiências anteriores, contatos, situação financeira e saúde.
  4. Fazer uma lista do que ainda falta para chegar lá.
    Formação acadêmica, cursos, viagens, capital, contatos. Para facilitar o plano de ação, classificar em dois grupos: aquilo que depende exclusivamente de mim e no que preciso de outras pessoas para conquistar.
  5. Fazer um plano flexível.
    O plano deve prever alternativas e alguma contingência. A vida é dinâmica. Portanto, a rigidez pode cegar os olhos a caminhos tão ou mais interessantes do que o traçado inicialmente.
  6. Compartilhar com as pessoas que serão diretamente afetadas pela mudança.
    A família, principalmente o cônjuge, deve tomar conhecimento do plano, pois tem um papel fundamental na sua realização. O mesmo vale para pessoas com potencial para ajudar.
  7. Ser discreto.
    Evitar falar aos quatro ventos. O sonho é meu e, em se tratando de mudança, exigirá esforço para ser concretizado. Quem está fora pode influenciar de forma pessimista, muitas vezes, com a melhor das intenções.
  8. Buscar pensamentos afins com o plano.
    Livros, filmes, conversas com pessoas que realizaram mudanças significativas em suas próprias vidas.
  9. Fazer a lição de casa.
    A rotina é uma devoradora dos sonhos. A mudança exige tarefas de curto e longo prazo. É preciso ficar atento à tarefa do dia, sem perder de vista a conexão com o longo prazo.
  10. Ter paciência.
    O fruto colhido antes do tempo pode ser amargo e duro de digerir.


“A vida humana, concebida sob o ângulo proeminente de sua estrutura moral, espiritual e psicológica é, em meu juízo, uma sucessão ininterrupta de curtos espaços de duração, fragmentados cada um deles em três períodos: o que se emprega em projetar, o que se destina à ação e o que exige a espera.” Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)