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Me encontrando

Como flor silvestre surgistes em meu jardim.
Não sabia que te havias plantado
Sequer sabia que existias.

Demorei pra te descobrir,
Por que nunca quisestes te me mostrar?

Minha boca torta,
As idéias turvas
Os pensamentos confusos
Foi preciso o espelho do outro para te enxergar.

E agora?
Eis desvelado nosso desiderato
Terei que te cultivar.
Terás que me cativar.

Ao cultivar-te a alma
esmero no meu oficio de jardineiro.

Tu buscas luz e calor
Te mostro o sol
Te acomodas
Te jogo nas trevas

Tu buscas alimento
Te compartilho idéias.
Tu buscas respostas
Te dou perguntas

Por vezes te podo
Noutras te protejo dos predadores,
Te afasto das ervas daninhas.
Errei, confesso, te segurei.

E quando estiveres pronto
Não poderei colher-te
Não me pertences
Não me pertencerás
E nosso moto continua.

Eis ai nosso desiderato
A nossa (dura) lei
Tu me cativas
Eu te cultivo...
Apenas.

Um comentário:

João Carlos Rocha disse...

Escrevi este poeminha depois de ler Um, Nenhum e Cem Mil de Luigi Pirandello e assistir uma aula do Prof. Severino Antonio, do Anglo, sobre ver além dos olhos. Faz sentido?